quinta-feira, 26 de junho de 2014

O Modelo dos Modelos - Relações com o AEE

Cursista: Maria Lena Amaral Veras
Data: 20-06-14

                               O Modelo dos Modelos- Relações com o AEE

     O AEE é um serviço da educação especial que “ identifica, elabora  e  organiza  recursos pedagógicos e de acessibilidade que  eliminem as  barreiras  para a plena  participação dos  alunos  considerando suas necessidades específicas” ( SEESP/MEC,2008). O AEE  complementa  e /ou suplementa a formação do aluno, visando a sua autonomia   na escola  e  fora  dela, constituindo  oferta  obrigatória  pelos  sistemas  de ensino.
       Trabalhar com o aluno  no AEE implica   ao professor   habilitação e  conhecimento específico na área   de educação  especial. Não  adianta    construir  um   modelo  de   ensino   e  adaptá-lo  a todos   os  alunos  , como   fazia o Sr. Palomar , de acordo com o texto  de Calvino. O trabalho  no AEE   não  é sujeito  à   regras   e modelos   ajustáveis  , cada  aluno é um ser  único,   com  suas especificidades . Portanto, cabe  ao professor  elaborar um plano  de atendimento  individual , ou seja: o plano do AEE para cada  aluno, uma vez que as realidades  são  distintas.
       O trabalho do AEE , assemelha-se ao do Sr. Palomar , mostrado no texto, no momento  em que sugere-se “ apagar  da  mente  os   modelos   e os    modelos  de  modelos”. Para  trabalhar  no AEE  não  existe  um modelo  único  de atuação   com o aluno  , pois   as  realidades  são  distintas. Cabe portanto, ao professor  do AEE   estabelecer  uma linha   de conduta  que   vise  a superação  das  barreiras  do  aluno  , da maneira  como  ele   se apresenta  com  seus  “sins”, os seus “nãos”, os seus “mas”.
       Nesse sentido  , Calvino  destaca   em seu texto  que    “ melhor  é que a  mente permaneça desembaraçada  , mobiliada   apenas  com a memória de  fragmentos   de  experiências e de princípios subtendidos e  não  demonstráveis”. O planejamento  deve ser construído  de acordo  com  a realidade  trazida  por  cada  aluno  e  para que aconteça  de  forma  satisfatória   é  preciso   que  a mente  esteja aberta para enfrentar  os desafios  e  superar  as barreiras.

Referências:
.CALVINO, Italo-Texto:  O Modelo  dos Modelo
RAPOLI,E.;MANTOAN,M.T.;SANTOS,M.T.;MACHADO,R.; -A Educação Especial na Perspectiva da Educação Escolar- A Escola  Comum Inclusiva- ME/SEE/UFC- Brasília.2010



segunda-feira, 2 de junho de 2014

Recursos e Estratégias em Baixa Tecnologia

      




Cursista: Maria Lena Amaral Veras
 Data:02-06-14

                     Ampliação de Formas de Comunicação

         No Espectro Autista  são sempre observados prejuízos na área  da comunicação e  linguagem  , com  manifestações distintas , dependendo  do   quadro  de que  se trata.
     Os prejuízos  na  comunicação e  na linguagem  podem  ser  manifestados   como   mutismo , atraso na aquisição, ecolalia, inversão pronominal, entre outros.
         Pode-se portanto encontrar nas escolas crianças com nenhuma  comunicação verbal  e  não verbal, com verbalização de  palavras  isoladas  , linguagem estereotipada,  fazendo  uso  da  repetição de frases e da entonação ouvida, entre outras.

          A comunicação Aumentativa e alternativa (CAA) é uma das áreas  da  Tecnologia Assistiva que atende pessoas sem fala  ou escrita  funcional ou em defasagem entre sua necessidade comunicativa e sua habilidade em falar e/ou escrever.
        Com o objetivo de  ampliar ainda mais o repertório comunicativo que envolve  habilidades de expressão e  compreensão  , são organizados e construídos auxílios externos como pranchas alfabéticas e de palavras , vocalizadores ou  o  próprio  computador que, por  meio  de software específico, pode  tornar-se uma  ferramenta poderosa de voz e comunicação.
      Afirma-se que a comunicação é  aumentativa quando o sujeito utiliza um outro  meio de comunicação para complementar ou compensar   deficiências que  a fala  apresenta, mas sem substituí-la totalmente. A comunicação é alternativa quando utiliza  outro meio para se comunicar  ao invés da fala, devido à impossibilidade de articular ou produzir  sons  adequadamente.( Tetzchner  e  Martinsen, 1992,p.22)
        A CAA destina-se a  sujeitos de todas as idades , que não possuem  fala ou escrita funcional devido a disfunções variadas, como: paralisia cerebral, deficiência mental, autismo, acidente vascular cerebral,doenças neuromotoras e outras.

                         PCS- Picture   Comunication  Symbols
       Os PCS ( Símbolos de Comunicação Pictórica) foram idealizados pela  fonoaudióloga Roxana Mayer Johnson, em 1980. É um sistema  simbólico  composto  por  8000 símbolos de fácil reconhecimento e, utilizado por  crianças  ou indivíduos  que apresentam dificuldades  em compreender  representações mais  abstratas  . É basicamente pictográfico  e  beneficia indivíduos  de  qualquer idade  . Trata-se de um sistema  aberto  que se adapta a  questões regionais , culturais e pessoais do usuário, possui uma  simbologia  de fácil interpretação.
      
                         Recursos  de  Baixa  Tecnologia
Pranchas  de  Comunicação
     As Pranchas de Comunicação podem  ser utilizadas para auxiliar   a comunicação de crianças com TEA  a  partir   dos 6 anos. Pode ser utilizada  na Sala de Aula , no AEE, na Biblioteca. Podem ser  construídas utilizando objetos, símbolos, letras, sílabas,palavras , frases ou números. As pranchas são personalizadas e  devem  considerar  as possibilidades cognitivas , visuais e motoras do indivíduo. Podem  estar soltas ou  agrupadas em  cadernos   ou  álbuns .
    A criança vai olhar, apontar ou ter a informação apontada   pelo  parceiro  de  comunicação.  Através desse  recurso , o professor  do AEE  poderá   estabelecer   um  sistema de comunicação   alternativa   com o   aluno, contribuindo    para  sua melhor  interação  social no  cotidiano  da escola, proporcionando  possibilidades  para  seu     desenvolvimento    e autonomia.

Cartões de Comunicação
     São cartões com símbolos  gráficos  representativos de mensagens. Estão organizados por categorias de símbolos   e cada   categoria se distingue por apresentar uma  cor de moldura  diferente.
      Pode ser usado para auxiliar a comunicação de crianças com  TEA , na sala de aula, no AEE, em oficinas ( como tópicos de interesse dos alunos), por exemplo: oficina de culinária.
     O professor do AEE através desse recurso, poderá  incentivar e melhorar a comunicação do aluno, contribuindo para que adquira mais  autonomia  nas suas atividades e melhora na interação social com seus pares.


Referências:
JUNIOR,J.F.B; CUNHA,Patricia; Coletânia  UFC/MEC/2010: A Educação Especial na Perspectiva  da Inclusão Escolar

.SCHIRMer,Carolina R; BERSH,Rita; MACHADO,Rosângela; SCHIRMER,Carolina; Atendimento Educacional Especializado- Deficiência Física. SEESP/SEED/MEC. Brasília/DF-2007

.BEZ,Maria Rosângela-Transtorno do Espectro Autista

_________________-Comunicação Alternativa e TEA, 2014.

terça-feira, 15 de abril de 2014

Surdocegueira e Deficiência Múltípla

Cursista:Maria Lena Amaral Veras
Data: 04-04-14

                           Surdocegueira  e   Deficiência Múltipla

     A  surdocegueira é uma deficiência que  envolve  a   perda da audição  e  visão , de  modo  que a  combinação das duas deficiências impossibilita o uso dos sentidos de distância, criando necessidades específicas de comunicação.   Segundo Mc. Innes (1999) a surdocegueira é  dividida  em quatro  categorias:
. Indivíduos  que   eram  cegos   e se tornaram   surdos .
. Indivíduos  que eram   surdos   e se tornaram  cegos.
.Indivíduos  que  se tornaram  surdocegos.
. Indivíduos  que nasceram  ou  adquiriram surdocegueira  precocemente  , ou seja,  não  tiveram  oportunidade de desenvolver  a  linguagem.

      A pessoa com Deficiência  Múltipla é aquela  que tem  mais  de uma deficiência  associada que  afeta de  maneira mais  ou menos  intensa , o funcionamento  individual e  o relacionamento social.
        Indivíduos com surdocegueira demonstram dificuldade em observar, compreender  e imitar  o  comportamento de membros  da família ou de outros  que venha entrar em contato, devido às perdas visuais e  auditivas.
         A  pessoa  com surdocegueira  necessita  de um ambiente planejado e organizado adequadamente, favorecendo  sua  interação  com pessoas  e  objetos. Necessita  também de  professor ou outro interlocutor  que  favoreça o processo de comunicação através  de estimulação  adequada.
           Para  as  pesoas com  Deficiência  Múltipla , deve-se   levar   em  consideração dois  aspectos importantes: a Comunicação e o Posicionamento.
            A   individualidade  e  a dignidade  do aluno  com DMU, devem  ser respeitadas em  todas as interações  de comunicação  e  atividades  de  aprendizagem. Desse modo  serão estabelecidos   códigos  comunicativos entre  o  deficiente  múltiplo  e  o receptor.
          Importante destacar  uma boa  adequação postural , ou seja: colocar o aluno posicionado em sala de aula de  maneira   confortável para que   possa fazer  uso de gestos ou movimentos que possibilitem  sua  comunicação  e  participação   nas  atividades  propostas.
              Dentre  as necessidades específicas , convém  destacar  a  importância  em favorecer  o desenvolvimento  do  esquema  corporal  da   pessoa  com   Surdocegueira  ou  com Deficiência  Múltipla ,  através de  estímulos  que  favoreçam o  equilíbrio  postural , a  articulação e  a  harmonização de  seus movimentos,  bem como  a  autonomia  em  deslocamentos , aperfeiçoamento  das  coordenações visomotoras, motora global e fina e o desenvolvimento da força muscular.
         Deve-se   ainda  priorizar   a disponibilização de recursos  para   favorecer    a   linguagem estruturada no registro simbólico tanto verbal , como gestual.
           Todo trabalho  com  aluno  com  DMU  e SC,  implica  em constante interação com  o  meio  ambiente.
             Para aquisição de  Comunicação , algumas   estratégias    poderão ser utilizadas , como:  Objetos  de Referência, Caixas  de  Antecipação e  Calendários.



 Referências:
BOSCO,Ismênia C .M . G. ; MESQUITA, Sandra Regina S. ; MAIA, Shirley R.
A Educação Especial na Perspectiva da Inclusão Escolar. Surdocegueira e Deficiência Múltipla- SEE/ME/UFC-Brasília.2010




quinta-feira, 6 de março de 2014

Educação Escolar de Pessoas com Surdez

 
Cursista:  Maria Lena Amaral Veras
Data: 26-02-14


Educação Escolar de Pessoas com Surdez
-Atendimento Educacional Especializado

  A nova política de educação no Brasil vem assumindo direções no sentido de superar a visão do homem, sociedade e cultura de forma fragmentada, mas numa perspectiva de inclusão de todos,com enfoque para as pessoas com deficiência. Nessa visão,uma nova política de Educação Especial na perspectiva inclusiva,principalmente para pessoas com surdez, tem se evidenciado no ambiente escolar e nas práticas sociais/institucionais. Embora as políticas já estejam definidas ,muitas questões e desafios ainda precisam ser discutidos,como também as práticas de ensino e aprendizagem adotadas nas escolas públicas e privadas precisam apresentar caminhos mais consistentes e produtivos para a educação da pessoa com surdez que  não deve ser vista como deficiente , pois ela  não é,mas tem perda sensorial auditiva,ou seja, possui surdez, tornando-a biologicamente mais limitada para essa função perceptiva. Na visão de Damázio e Ferreira (2010):
“O problema da educação das pessoas com surdez não pode continuar centrado nessa ou naquela língua,como ficou até agora, mas deve levar-nos  a compreender  que o foco do  fracasso escolar não está só nessa questão,  mas também  na  qualidade e na  eficiência das práticas pedagógicas “.
     A pessoa com surdez precisa ser percebida como ser humano capaz, produtivo e constituído de várias linguagens, com potencialidade para adquirir e desenvolver não somente processos visuais-gestuais, como também ler e escrever as línguas em seus entornos. Trata-se portanto de uma pessoa a ser estimulada,pois tem um potencial a ser desenvolvido nos aspectos cognitivos, culturais,sociais e lingüísticos,assumindo diferentes posições e identidades,ou seja: ser percebida como ser biopsicosocial,cognitivo,cultural,tanto na  constituição de sua subjetividade, como na aquisição de conhecimento.
    Essas pessoas necessitam de ambientes educacionais estimuladores, que desafiem o pensamento  exercitem a capacidade perceptivo –cognitiva ,uma vez que a aquisição da língua de sinais , de fato, não é garantia de uma aprendizagem significativa se o ambiente em que a pessoa com surdez está inserida, em especial,o da escola comum, não oferecer condições para que se estabeleçam mediações simbólicas com o meio físico e social, exercitando sua capacidade representativa. Se os ambientes criados forem adequados para desenvolver seu potencial, as marcas do déficit, da falta, da falha e da deficiência serão colocados em segundo plano, sendo exaltado o seu potencial humano.
      Nesse contexto fica legalizado a construção do Atendimento Educacional Especializado para  pessoas  com surdez por meio da Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva  Inclusiva, que disponibiliza  serviços  e   recursos. Esse atendimento tem como função organizar o trabalho complementar para a classe comum, com vistas à autonomia  e à independência social, afetiva ,cognitiva e lingüística da pessoa com surdez na escola e fora dela.
    O AEE  PS   precisa ser pensado em redes interligadas , com uma ação conectada entre o pensar  e o fazer pedagógico,em que as práticas pedagógicas estejam em uma simbiose relacionando as partes e o todo.
       A organização didática do AEE PS envolve três momentos didático-pedagógicos:
     . Atendimento Educacional Especializado em Libras – O AEE em Libras ocorre diariamente,em horário contrário ao da sala de aula comum.O professor acompanha o plano de conteúdo oficial da escola de acordo com a série/ciclo do aluno. A organização didática do espaço é rica em imagens visuais que possam facilitar o aprendizado dos conteúdos curriculares.
     .Atendimento Educacional Especializado para o ensino da Língua  Portuguesa –Escrita – Esse atendimento acontece na sala de aula multifuncional ,em horário diferente ao da sala comum.O professor, preferencialmente, deve ser formado em Letras e conhecer os pressupostos lingüísticos e teóricos que norteiam o trabalho de Português escrito para pessoas com surdez.
      .Atendimento Educacional Especializado para o ensino de Libras – O atendimento deve ser planejado com base no diagnóstico do conhecimento que o aluno tem a respeito da língua de sinais. No AEE de Libras , os alunos interagem e vivenciam momentos de trocas e diálogos. As aulas devem ser ministradas por um professor qualificado para realizar as exigências básicas do ensino , não praticando o bimodalismo ,isto é, misturar a Libras e a Língua Portuguesa, que são estruturas lingüísticas diferentes.O AEE de Libras oferece ao aluno com surdez segurança e motivação , exercendo grande importância no processo de inclusão desse aluno.
    Observa-se portanto  que  no processo educacional , o AEE  PS   constitui-se  num espaço de preparo para a coletividade, procurando inserir a pessoa com surdez no contexto social, levando-a a romper barreiras e enfrentar desafios , buscando uma sociedade mais fraterna , humana e solidária.


Referências:
DAMÁZIO,Mirlene F. Macedo e FERREIRA, Josimário de Paulo - Educação Escolar de Pessoa com Surdez - Atendimento Educacional Especializado - Coletânea UFC-MEC/2010,p.46-57.